sábado, 30 de abril de 2011

Intervenção da CDU na Assembleia de freguesia da Aldeia de Joanes

Intervenção sobre o 25 de Abril / 1º de Maio

Esta Assembleia de Freguesia realizou-se em 29 de Abril de 2011, entre duas importantes datas da nossa história recente.

Tinha-se comemorado há quatro dias o trigésimo aniversário do 25 de Abril. Faltavam três dias para o nosso primeiro Dia do Trabalhador comemorado em liberdade perfazer a mesma idade.

            "Em trinta e sete anos muito se fez neste País, mesmo que alguns pretendam esquecê-lo e denegrir a experiência da nossa ainda jovem democracia.            
Duma impossível lista exaustiva, em primeiro lugar a Liberdade. Liberdade de expressão, de afirmação, tantas vezes deturpada com impunidade. 

            Também com o 25 de Abril foi recuperado o Regime Político Democrático e reposto o Poder Local com representantes livremente eleitos por voto directo e universal. A postura daqueles que não servem o povo mas que se servem dos cargos que ocupam tem posto em causa a classe política e autárquica, ouvindo-se dizer frequentemente que “são todos iguais”. A desinformação e a ajuda de certa Comunicação Social têm contribuído para este clima.
A democracia não se pode traduzir unicamente pelo direito (e dever) de votar, nos prazos estabelecidos, para os órgãos de soberania e autárquicos e deixar que aqueles em quem votámos façam o que entenderem, ao contrário do que prometeram.

            A defesa de um trabalho digno e valorizado está estreitamente ligada ao alvorecer da democracia, como um direito de todo o ser humano.Este direito está hoje brutalmente a ser posto em causa. Krugman, prémio Nobel da Economia de 2011, afirmou recentemente que Portugal erra ao reduzir a despesa pública com desemprego elevado. 
            Os progressos sociais foram muitos, visando minorar o sacrifício dos mais desprotegidos, rumo a uma sociedade com menos desigualdades. Todavia, Portugal ocupa hoje na União Europeia lugar cimeiro entre os países em que é maior o fosso entre os mais ricos e os mais pobres. E tanto mais haveria para dizer que não cabe no espaço desta curta intervenção!

             No entanto, passados trinta e sete anos, os ideais e as conquistas de Abril estão em perigo. Já fomos apontando, alguns dos recuos que, passo a passo, quase em surdina, se foram instalando, ao longo dos últimos trinta e cinco anos. 

Portugal vive hoje assolado por uma dívida externa preocupante e por uma especulação que os Bancos Centrais impuseram aos países que, como o nosso, estavam/ estão na sua mira. O país está confrontado com uma ingerência externa da União Europeia e do FMI e com a perda da soberania nacional.

Numa declaração ao New York Times, o sociólogo Robert Fishman afirma que Portugal não precisava de ajuda externa. Afirma ainda que “A revolução de 1974 em Portugal inaugurou uma vaga de democratização que inundou o mundo inteiro. É bem possível que 2011 marque o início de uma vaga invasiva nas democracias, por parte dos mercados não regulados (…)”. A nossa democracia inquietou e incomoda muita gente! 

            Neste ano em que o 25 de Abril se celebrou neste ambiente de angústia e incerteza, o grupo da CDU quer saudar aqueles que tornaram possível a Revolução, não apenas os militares de Abril mas também o povo que a desejou e a ela aderiu. Passados trinta e sete anos do 25 de Abril de 74, o grupo da CDU congratula-se por as comemorações da Revolução de Abril terem atingido uma expressão ainda maior, de esperança e de luta. 

Neste ano em que o 1º de Maio se comemorará com o país mergulhado numa profunda crise económica e social (mais de setecentos mil desempregados, centenas de milhar sem protecção social, mais de dois milhões de portugueses a viver na pobreza, …) o grupo da CDU vem reafirmar a necessidade defender e afirmar as portas que Abril abriu e as conquistas de Maio. 

            Como cantou Chico Buarque, Foi bonita a festa, pá. Fiquei contente Ainda guardo renitente um velho cravo para mim.

É bonita a festa, Chico. Os cravos ainda cheiram e há também um cheirinho d’ alecrim.

            Viva o 25 de Abril
            Viva o 1º de Maio"  
(António Santos, Isabel Coelho)

Não somos todos iguais. A CDU tem e terá provas dadas.

Por isso, em Junho votem CDU e verão a diferença, a diferença de quem apresenta propostas, de quem tem trabalho feito, contra aqueles que "participam" nos órgãos para votarem no que lhes encomendaram e nada mais, que não apresentam propostas e que lhes interessa o statuos quo. 


domingo, 17 de abril de 2011

Nobre(za) exige ... o Tacho


Nos últimos dias fomos confrontados com o anúncio da candidatura de Fernando Nobre como cabeça de lista do PSD por Lisboa.
Maior surpresa foi o facto de ter sido anunciado em simultâneo que, caso o partido ganhe as eleições, Fernando Nobre será o Presidente da Assembleia da República.

O cargo de Presidente da Assembleia da República, segundo na hierarquia do País, sempre foi por eleição dentro do Parlamento. Agora, é "entregue" a um candidato que não quer ser deputado, segundo anunciado na Comunicação Social. E que diz que não conhece o programa eleitoral do PSD.

O Dr. Fernando Nobre que, segundo consta tem feito um percurso meritório na AMI, não se enxerga? Perdeu a vergonha? O PPD/PSD coloca como primeiro candidato ao distrito da capital um homem que não conhece o seu projecto?!!!

Andam muitos trocados neste País. A democracia está aviltada e insultada.

Mais este triste caso da política portuguesa é alvo de chacota.


Os Homens da Luta apanharam bem a situação. Faz-nos rir um bocado.

Mas, depois de rirmos um bocado, temos de pensar seriamente que, em 5 de Junho, temos nas nossas mãos a possibilidade de erradicar os cancros que se instalaram na nossa sociedade.

Se não queremos que fique tudo na mesma, a única opção que temos é votar na CDU, tal como disse hoje Bernardino Soares em declarações aos jornalistas durante o Encontro Nacional do PCP sobre as legislativas. 



segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ainda se lembram de como começou a guerra no Iraque?

Corria o ano de 2003.
Eu ainda estava e estive no activo por quase mais sete anos. Tinha a meu cargo a orientação do Jornal de Escola. Um dos alunos da equipa escreveu um artigo (não o consigo encontrar) sobre o que se avizinhava. E inquiria o que se passaria daí a uns meses. Ilusão juvenil! Passaram anos, muitos, e ela continua, agora relegada para segundo plano por outras guerras!
Diziam eles, pela voz  de George W. Bush e seus aliados ingleses, que iam libertar o povo iraquiano.
O Iraque possuiria  armas de destruição maciça (que nunca foram encontradas)! E havia Saddam Hussein que tinha chegado ao poder num golpe apoiado pela CIA.


Que paralelismo com o que se passa agora na Líbia e noutros países árabes?
Muamar Kadafi, ainda há bem pouco tempo, era o inimigo da Al Kaeda e o amigo do ocidente.
Agora, parece que a Al-Kaeda, a par da NATO e seus aliados, estão a ajudar os "rebeldes" da Líbia.
Não quero, nem estou, a defender o regime líbio. Apenas, pretendo chamar a atenção das organizações que publicam abaixo assinados a favor do povo líbio (e daqueles que as assinam) que deveriam, primeiro, emitir petições a favor da paz e a condenar  os Obama, Sarkozy, Cameron e seus lacaios (tão parecido com o Iraque, não é?, só que na altura os nomes eram outros) pelo assassinato de civis. No Iraque houve mais de um milhão de mortos. Ajuda humanitária!

Deixo-vos um texto de Miguel Urbano Rodrigues.

"O subsolo líbio encerra as maiores reservas de petróleo (o dobro das norte-americanas) e de gás da África. Tomar posse delas é o objectivo inconfessado da falsa intervenção humanitária.
É dever de todas as forças progressistas que lutam contra a barbárie imperialista desmascarar a engrenagem que mundo afora qualifica de salvadora e democrática a monstruosa agressão à Líbia."